A ideia de reutilização de materiais e do consumo consciente é muito mais do que um modismo. A questão, na verdade, é que atualmente as pessoas e a comunidade em geral poderiam ter mais consciência da importância da sustentabilidade e de que não existe tal coisa como “jogar fora”. Isso porque o “fora” não existe e tudo que descartamos fica no nosso planeta até que seja completamente decomposto. Isso quer dizer que produtos que são descartados e que não tem a correta destinação, podem continuar poluindo o planeta por meses, anos, décadas e até milênios.

Por isso, é importante que quem consome e quem produz tenha consciência da destinação de sobras e resíduos para evitar desperdícios. E é nesta ideia de produção e consumo com consciência que se baseia a ideia do mimo de Maio de 2019 para os assinantes Coffee & Joy, no qual foi dado vida a materiais que potencialmente seriam descartados.

Assista ao vídeo completo da escolha do mimo de Maio de 2019, a história de quem produziu e como é importante ressignificar materiais, principalmente aqueles duráveis e que foram produzidos pela natureza:

Os Produtores – João & Jayme (@joaoejayme)

Desde a década de 50, o Sr. João trabalha como marceneiro na cidade de Três Pontas, no interior de Minas Gerais. Hoje, com 80 anos, ainda em plena atividade, tem orgulho da sua profissão. Ele com o neto, Jayme (que herdou o nome do bisavô) produzem móveis, esculturas, fazem reformas de objetos antigos e possuem paixão pelo trabalho manual.

João conta que a marcenaria começou depois da demissão do seu pai de uma indústria açucareira da região. As primeiras máquinas da marcenaria foram oriundas do acerto realizado pela indústria quando da demissão do bisavô do Jayme.

João, que aprendeu o ofício aos 10 anos de idade com o seu pai, tem paixão pelo desafio e é isso que ele gosta: pegar um material e transformar em alguma coisa, que quanto mais difícil e desafiador, melhor.

Tinha um pai duro na queda, que fazia aprender na marra. João conta que toda vez que um trabalho não ficava perfeito, seu pai destruía o que tinha feito e o obrigava a começar novamente, desde o início para refazer tudo com perfeição.

Jayme e João

Além da marcenaria, João também é empalhador e dá vida e personalidade a móveis trançando palhinhas. Ele começou a fazer palhinha com mais ou menos 11 anos e aprendeu repetindo os passos da única empalhadora da região que havia na época.

Para João e Jayme o melhor de trabalhar na marcenaria é ter algum objeto na casa das pessoas, produzidos pelas mãos deles e que vai fazer parte do dia a dia daquela pessoa.

A paixão do avô e do neto, eles confessam, está na restauração. Para eles, pegar um móvel antigo e fazer com que ele seja útil novamente, que seja bonito, é uma recompensa por si só.

De acordo com Jayme, a “restauração de móveis antigos é para quem tem paixão pelo que faz, pois o que eu mais gosto é a oportunidade de entrar na casa da pessoa e mudar de certa forma, mudar a forma do dia a dia, dar um toque”.

O lema da Marcenaria João & Jayme (@joaoejayme) é atender da melhor forma possível os clientes. É deixar um legado para a família e o negócio perdurar ainda por muitos e muitos anos nas próximas gerações.

O Abridor de Garrafas

Para dar significado aos refugos de madeiras dos trabalhos feitos na marcenaria, João e Jayme invadem a caixinha no mês de Maio, com um abridor de garrafas, feito com madeira reaproveitada da produção. O que seria jogado fora, agora é um objeto útil para o dia a dia, feito pelas mãos do João e do seu neto Jayme.

Produzidos com sobras de madeiras nobres, como a Cedrinho, os abridores possuem detalhes da madeira que os tornam únicos. Cada um tem sua personalidade, sua ranhura específica, suas imperfeições que os deixaram tão exclusivos.

O detalhe da amarração, feito com palhinha, é o resgate de um dos trabalhos que o Sr. João faz na marcenaria, o que concede ao abridor mais personalidade ainda. O toque especial final de uma atividade que o Sr. João tem muito orgulho em fazer.

Valorizar o produto local, feito por pequeno produtor, de maneira artesanal, é resgatar a importância de prestigiar a economia local, dar uma chance ao pequeno, ter rastreabilidade e verificar a procedência dos produtos.

Unir tudo a isso em um produto útil, que concede um significado a materiais que seriam descartáveis, faz com que o mimo desta vez seja bom para todo mundo: para quem ganha, para quem produziu e para o planeta.

Pois assim como disse o Jayme, “madeira é uma coisa que a natureza dá e a gente não pode jogar fora. A ideia foi usar uma coisa que já estava sendo jogada fora e transformar em alguma coisa”

O que João e Jayme passou de todo o trabalho para levar o mimo de Maio foi que o retorno do marceneiro é longe de ser financeiro, o que mais importa é ter boas relações, receber e ser bem recebido, ter o trabalho reconhecido.

Fazer com amor, com vontade e verdade. E o que vai para os assinantes em maio, não é um abridor de garrafas. É o trabalho de 70 anos do Sr. João, junto com a sua história e o legado da sua família.

Feito com carinho, com troca, com amizade.

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